Jorge Barradas

Jorge Nicholson Moore Barradas nasceu em Lisboa, em 1894.

 

Rápida a passagem pela Escola de Belas Artes de Lisboa. Muito novo dedicou-se à ilustração, tendo vasta obra dispersa em jornais e revistas. Já em 1911, o seu nome figurava na «Exposição dos Humoristas Portugueses» no Grémio Literário, ao lado de Almada Negreiros, Emmerico Nunes, entre outros. Fundou com Henrique Roldão, o Semanário «O Riso da Vitória». Nos anos vinte os seus trabalhos, assim amplamente divulgados, consagraram o seu nome e, certamente, ajudaram a divulgar o então depreciativamente chamado «Modernismo». Também fez maquetes de cenários para revistas de grande sucesso como «Sete e Meio», «Pernas ao Léu», e «Pó de Arroz». Encenou igualmente «Alfama», de António Botto. 

Participou em exposições individuais e colectivas, com Almada Negreiros, Santa Rita, António Soares, Eduardo Viana, Dordio Gomes, Mário Eloy, e inúmeros outros nomes, evocadores de escolas, tendências, ou personalidades. Artista que encontrou a sua própria estética, as suas obras, em pintura ou em cerâmica; peças que estiveram em contacto directo ao público, decorando bancos, cafés, e departamentos do estado. Em 1930 permaneceu alguns meses na Ilha de S. Tomé, onde a sua arte, de tendência barroca, encontrou ampla correspondência na paisagem tropical. Em 1933 executa uma série de 12 litografias, com aspectos típicos de Lisboa. Em 1944 dedica-se à cerâmica, promovendo a sua renovação entre nós. Utilizou na sua obra, não poucas vezes, hábeis estilizações decorativas, a partir de formas naturalistas. 

Está representado no Museu de Arte Contemporânea, no Museu Nacional de Soares dos Reis, na Fundação Calouste Gulbenkian, e em diversas colecções particulares. Foi distinguido com os prémios «Columbano» em 1939, e «Sebastião de Almeida» em 1949, do S.N.I; recebeu também a medalha de oiro da «Exposição Internacional de Paris», em 1937. Em 1933 foi-lhe concedida, pelo Instituto de Alta Cultura, uma bolsa de Estudo, tendo viajado em Espanha, Itália e França. É comendador da Ordem de S. Silvestre, e comendador da Ordem de Santiago da Espada.

Barradas morre a 30 de Junho de 1971 em Lisboa.

Após a sua morte, em 1972, a Galeria S. Mamede organiza a primeira exposição retrospectiva de Cerâmica e Desenho e no mesmo ano é representado em «20 Anos de Gravura» na Fundação Gulbenkian. Em 1977 a Galeria S. Mamede volta a prestar-lhe homenagem com uma exposição de Desenho e Cerâmica, e em 1984 a Galeria S. Mamede promove nova exposição de Cerâmica e Desenhos de Cerâmica.

Entre as numerosas obras da sua autoria, em edifícios públicos, destacam-se as seguintes peças cerâmicas: Baixos-relevos da Fonte Monumental da Alameda D. Afonso Henriques, Igreja de Fátima em Lisboa, Igreja de Fátima na Parede, Banco Português do Atlântico no Porto, Biblioteca da Cidade Universitária de Coimbra, Átrio da Faculdade de Letras de Lisboa, Escadório do Sameiro em Braga, Baptistério da Igreja de S. João de Deus em Lisboa, Frontal do Altar de Fátima, na Igreja de Santo Eugénio em Roma, Fachada da Casa de Portugal em Paris, Embaixada de Portugal no Rio de Janeiro, Hotel Ritz, Novo Matadouro Municipal de Lisboa, Instituto de Medicina Tropical, Igreja do Seminário dos Olivais, Sede da Fundação Gulbenkian, Palácios da Justiça em Lisboa, Ovar e Tomar, etc.

Está representado nos principais museus portugueses e em inúmeras colecções nacionais e estrangeiras.